O presidente dos EUA,Donald Trump,desce do Marine One no gramado sul da Casa Branca — Foto: Mandel NGAN / AFP

RESUMO

GERADO EM: 25/05/2025 - 21:11

Trump adia tarifas sobre UE para julho após diálogo com Von der Leyen

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O presidente Donald Trump afirmou que estenderá o prazo para que a União Europeia enfrente tarifas de 50% até 9 de julho,após uma ligação telefônica com a presidente da Comissão Europeia,Ursula von der Leyen.

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— Tivemos uma conversa muito agradável e concordei em adiar — disse Trump a repórteres no domingo no Aeroporto de Morristown,em Nova York,no caminho de volta para Washington.

Von der Leyen,que lidera o braço executivo da UE,afirmou mais cedo neste domingo,em uma postagem na rede X,que “a Europa está pronta para avançar nas negociações de forma rápida e decisiva”,mas que “um bom acordo” precisará de “tempo até 9 de julho”. Essa é a data em que a pausa de 90 dias de Trump sobre as chamadas tarifas recíprocas estava programada para terminar.

Os futuros de índices de ações dos EUA subiram no início do pregão asiático após os comentários de Trump. O dólar flutuou após cair na sexta-feira para seu menor nível desde dezembro de 2023.

A UE estava prestes a enfrentar uma tarifa de 20% sob essas taxas recíprocas anunciadas em abril. No entanto,na sexta-feira,Trump ameaçou impor uma tarifa mais alta ao bloco,de 50%,após reclamar que o bloco estava atrasando as negociações e atacando injustamente empresas norte-americanas com processos e regulamentações.

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"Não estou buscando um acordo",disse Trump a repórteres na Casa Branca na sexta-feira. "Nós definimos o acordo — é de 50%."

Isso porque a UE preparou um pacote de tarifas sobre € 21 bilhões (US$ 23,9 bilhões) em produtos americanos em resposta às taxas impostas por Trump sobre metais — mas suspendeu a implementação até meados de julho. A implementação poderá ser acelerada em caso de interrupção das negociações.

O bloco também está preparando uma lista adicional de tarifas sobre € 95 bilhões em produtos americanos,caso as negociações com Washington não avancem. Essas medidas,que são uma resposta às tarifas “recíprocas” e aos impostos sobre o setor automotivo anunciados por Trump,mirariam bens industriais,incluindo aeronaves da Boeing,carros fabricados nos EUA e bourbon.

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'Desafio simultâneo'

A União Europeia vem tendo dificuldades para entender exatamente o que Trump busca nas negociações comerciais. Autoridades sugeriram que EUA e UE poderiam eliminar as tarifas sobre muitos produtos,mas Trump tem concentrado suas críticas no que chama de barreiras não tarifárias.

Também neste domingo,o vice-secretário do Tesouro dos EUA,Michael Faulkender,afirmou no programa "Sunday Morning Futures",da TV Fox,que os EUA enfrentam um “desafio simultâneo”: negociar tarifas com a União Europeia como bloco,ao mesmo tempo em que tentam resolver a maioria dessas barreiras não tarifárias em conversas com países europeus individualmente,o que cria um “problema de negociação”.

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Na semana passada,a União Europeia apresentou uma proposta comercial revisada aos EUA,na tentativa de destravar as negociações. O chefe de comércio do bloco,Maros Sefcovic,teve uma conversa telefônica na sexta-feira com seu homólogo americano,Jamieson Greer.

Fontes familiarizadas com o assunto,que pediram anonimato porque os termos não são públicos,contaram à agência Bloomberg o novo plano da UE abrange tarifas,barreiras não tarifárias,além de mecanismos para reforçar a segurança econômica,investimentos mútuos,compras estratégicas e cooperação em desafios globais.

A ameaça da tarifa de 50% de Trump afetaria US$ 321 bilhões em comércio de bens entre EUA e União Europeia,reduziria o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA em cerca de 0,6% e elevaria os preços em mais de 0,3%,de acordo com cálculos da Bloomberg Economics.

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Trump afirmou que quer usar tarifas para incentivar empresas a construírem fábricas nos Estados Unidos,em vez de produzir no exterior. No mesmo dia em que anunciou a ameaça da tarifa de 50% sobre a UE,também ameaçou impor tarifas de 25% sobre smartphones fabricados fora dos EUA,por empresas como Apple e Samsung.

Porém,no domingo,Trump disse concordar com comentários recentes do secretário do Tesouro,Scott Bessent,de que os EUA não precisam trazer de volta a fabricação de têxteis para dentro do país:

— Não estamos procurando fabricar tênis e camisetas,queremos fabricar equipamentos militares —,disse Trump,acrescentando que quer produzir “coisas grandes” nos EUA,citando chips,computadores e desenvolvimento de inteligência artificial.