2025-03-13
HaiPress
Aumento do sobrepeso e obesidade aumenta urgência no combate a alimentos ultraprocessados — Foto: Pixabay
GERADO EM: 12/03/2025 - 15:30
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Atualmente,a incorporação ao Sistema Único de Saúde (SUS) de dois medicamentos para o tratamento da obesidade está em avaliação pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). São eles a liraglutida (Saxenda ou Victosa) e a semaglutida (Wegovy).
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Atualmente,25% dos brasileiros têm obesidade,segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2020. A previsão é que em 2044,essa taxa aumente para 48%. Existem cinco medicamentos aprovados no Brasil para o tratamento da obesidade - sibutramina,orlistat,bupropiona/naltrexona,liraglutida e semaglutida. No entanto,nenhum está disponível no SUS. É oferecido apenas os guias de orientação e a cirurgia bariátrica.
— Os pacientes com obesidade que são atendidos no SUS estão desassistidos. Precisa haver igualdade de direitos — diz a endocrinologista Claudia Cozer,coordenadora do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Sírio-Libanês.
A sibutramina e a liraglutida já foram avaliadas anteriormente,mas não foram aprovadas.
— Na consulta pública [sobre a incorporação] da sibutramina,que é o medicamento mais barato disponível hoje para o tratamento da obesidade e é eficaz,80% dos participantes foram favoráveis à incorporação e mesmo assim não houve aprovação — lamenta a endocrinologista Maria Edna de Melo,coordenadora da Comissão de Advocacy da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).
A incorporação da liraglutida está sendo avaliada para o tratamento de pacientes com obesidade,diabetes tipo 2 e doença cardiovascular estabelecida (como infarto ou AVC prévios). Já a semaglutida está sendo avaliada para obesidade grau II/III (IMC = 35 kg/m²) em pacientes a partir de 45 anos de idade,sem diabetes,com doença cardiovascular estabelecida (infarto,AVC prévio,doença arterial periférica sintomática).
A avaliação de ambas as incorporações entrou em Chamada Pública na última segunda-feira (Chamada Pública nº 18/2025 para a liraglutida e Chamada Pública nº 17/2025 para a semaglutida). Nessa etapa do processo,pacientes com a condição de saúde e que utilizam ou já tenham utilizado o medicamento podem se manifestar sobre sua experiência. As Chamadas Públicas estão abertas para receber contribuições até o dia 19 de março.
Essa é uma etapa anterior à Consulta Pública,quando qualquer pessoa pode dar sua opinião a respeito do uso de medicamentos e outras tecnologias de saúde na rede pública.
A expectativa é que a incorporação de pelo menos um destes medicamentos seja aprovada. Mas,segundo Melo,como a indicação é para perfis de pacientes diferentes,existe a possibilidade de ambos serem incorporados,o que seria muito bem visto por médicos e entidades médicas já que significaria poder tratar um maior número de pessoas.