2025-03-10
IDOPRESS
Navio da Marinha iraniana participa de exercícios navais na região do Estreito de Ormuz — Foto: EBRAHIM NOROOZI /JAMEJAMONLINE/ AFP PHOTO
GERADO EM: 09/03/2025 - 17:43
O Irineu é a iniciativa do GLOBO para oferecer aplicações de inteligência artificial aos leitores. Toda a produção de conteúdo com o uso do Irineu é supervisionada por jornalistas.
CLIQUE E LEIA AQUI O RESUMO
Forças navais do Irã,Rússia e China começarão,nesta segunda-feira,uma série de exercícios militares em uma área próxima à entrada do Golfo Pérsico para “fortalecer a segurança regional”,no momento em que o governo dos EUA envia sinais que alternam entre ameaças e a disposição para o diálogo aos três envolvidos nas manobras.
Pressão: Trump exige abertura de negociação com o Irã sobre programa nuclear e ameaça usar 'força militar'Diálogo truncado: Presidente do Irã diz que Trump pretende colocar país 'de joelhos'
De acordo com o comando militar iraniano,citado pela agência Tasnim,o “Cordão de Segurança 2025” tem como objetivo “promover a cooperação multilateral e expressar as capacidades dos participantes para proteger a paz mundial,garantir a segurança dos mares e criar uma comunidade baseada no mar com um futuro em comum”.
Os exercícios,que ocorrem pelo sétimo ano e que devem durar “vários dias”,devem envolver cerca de 15 navios,embarcações de apoio e barcos de combate,além de helicópteros especializados em ações no mar.
"Ao longo de vários dias na parte norte do Oceano Índico,as tripulações praticarão tarefas para libertar navios capturados,busca e salvamento no mar e também conduzirão fogo de artilharia contra alvos marítimos e aéreos",disse,em comunicado,o Ministério da Defesa da Rússia.
Tensão: Reino Unido faz alerta a Putin após 'barco espião' ser avistado em águas britânicas: 'Não vamos nos esquivar de ações enérgicas'
O governo chinês,afirmou,também em comunicado,que enviará um contratorpedeiro,um navio de suprimentos e helicópteros que já atuam em ações contra sequestros de navios no Golfo de Áden,uma área conhecida pela atuação de piratas. Representantes de Azerbaijão,África do Sul,Omã,Cazaquistão,Paquistão,Catar,Iraque,Emirados Árabes Unidos e Sri Lanka participarão como observadores.
A cerimônia de abertura foi realizada neste domingo no porto iraniano de Chabahar,localizado no Golfo de Omã e o único com acesso direto ao Oceano Índico — os demais terminais de grande porte do Irã estão localizados no Golfo Pérsico. Em fevereiro,Teerã realizaram manobras na mesma região para “reforçar capacidades de defesa”.
Pediu mais sanções: Zelensky diz estar ‘comprometido’ com negociações dos EUA na Arábia Saudita após Trump sugerir impor tarifas à Rússia
Apesar de já previstas,os exercícios chamam a atenção pelo momento em que são realizados,com a Casa Branca sob Donald Trump fazendo bruscas mudanças no cenário internacional ao mesmo tempo em que trafega entre ameaças e ofertas de diálogo.
O caso russo talvez seja o mais confortável. Trump tem deixado claro o interesse de reatar o diálogo com Moscou,com foco na guerra na Ucrânia,mas também interessado em trazer para perto de si um país que,na visão dos republicanos,foi marginalizado nos últimos anos. Contudo,na semana passada o presidente americano afirmou que,caso os russos não aceitem seus termos para um cessar-fogo no conflito,poderá aplicar um tarifaço contra o país.
O Irã,um velho alvo de Trump,foi colocado contra a parede na semana passada,quando o presidente disse que quer negociar um novo acordo sobre o programa nuclear do país,sugerindo que a outra opção poderia ser militar. O plano anterior,negociado por Barack Obama,foi rasgado no primeiro mandato do republicano,e jamais retomado. No sábado,o líder supremo do Irã,Ali Khamenei,rejeitou dialogar com Washington,mas a missão do país na ONU deixou,neste domingo,a porta aberta para conversar de forma “limitada”.
Afirma o Kremlin: Unidade ocidental sobre Ucrânia desmorona,e posição de Trump amplamente se alinha com visão russa
Já a China é o principal alvo,ao lado de aliados como Canadá e México,da política de tarifaços que marca os primeiros momentos do mandato de Trump,mas não parece disposta a ceder às ameaças da Casa Branca,sejam de natureza econômica,política ou militar.
— Pressão,coerção e ameaças não são as maneiras certas de se envolver com a China. Tentar exercer pressão máxima sobre a China é um erro de cálculo e um erro — disse Lin Jian,porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China,em uma entrevista coletiva na terça-feira. —Se os EUA insistirem em travar uma guerra tarifária,guerra comercial ou qualquer outro tipo de guerra,a China lutará até o fim.