2025-02-21
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Ministra da Saúde,Nísia Trindade,no centro de disputa política do PT — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
GERADO EM: 20/02/2025 - 19:42
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A indefinição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o futuro de Nísia Trindade transformou a possível sucessão no Ministério da Saúde numa guerra fratricida no PT. De um lado,o ministro da Secretaria de Relações Institucionais,Alexandre Padilha,que tem seu atual cargo cobiçado pelo Centrão,tenta se viabilizar para o posto. De outro,correligionários como o senador Humberto Costa (PT-PE) e os ministros da Casa Civil,Rui Costa,e do Trabalho,Luiz Marinho,defendem o nome de Arthur Chioro,atual presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Os dois têm a seu favor o fato de que já estiveram no comando da pasta durante o governo de Dilma Rousseff e serem filiados ao PT. Padilha foi ministro da Saúde de 2011 a 2014 e Chioro o sucedeu no cargo,deixando o posto em 2015.
Segundo um integrante da cúpula da legenda,Chioro é um quadro técnico e muito querido no partido. Por isso,seu nome foi ganhando apoio dentro da sigla nas últimas semanas. Ele passou a ser lembrado após Lula sinalizar nos bastidores que,apesar do descontentamento com o desempenho de Nísia,não pretendia entregar a pasta para partidos aliados.
O Centrão tem insistido com o presidente que o ideal é um nome do grupo assumir a articulação política,substituindo Padilha. A sugestão desses parlamentares é que Isnaldo Bulhões (MDB-AL) seja o escolhido.
Por isso,para Padilha,a Saúde seria uma boa opção nesse momento,pois ele se manteria na Esplanada,sendo apenas deslocado para outra pasta.
No Palácio do Planalto,a troca de Nísia Trindade passou a ser tratada como iminente. Lula,porém,ainda não comunicou sua decisão oficialmente. Auxiliares do petista dizem que só ele sabe o destino de Nísia,mas observam que a insatisfação com a gestão da Saúde se arrasta há tempos.
A chegada de Sidônio Palmeira à Secretaria de Comunicação (Secom) é apontada como fator a sacramentar a decisão de Lula de mudar o comando do ministério. Para ele,a despeito dos muitos pedidos,a pasta segue deixando a desejar nas entregas.
O diagnóstico foi lapidado durante reuniões em janeiro,nas quais Nísia foi chamada por Lula no Palácio do Planalto e apresentou ao presidente uma imersão no Mais Acesso a Especialistas. Foram dois dias de reunião,mas Lula e Sidônio não saíram convencidos.
Nísia sabia da necessidade de mostrar mais do programa ao presidente,tanto que,na reunião ministerial deste ano,usou todo o seu tempo para falar sobre ele.
Aliados da ministra dizem que o programa está andando,que todos os municípios já aderiram e ponderam que a expectativa de Lula de torná-lo na grande bandeira para falar com as classes mais baixas não deve funcionar,já que os resultados devem aparecer no longo prazo. Eles citam como alternativa um projeto de mutirão nacional para zerar filas e ainda o próprio Farmácia Popular.