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Brasil terá maior responsabilidade na COP 30 após anúncio de Trump sobre saída do acordo climático, dizem especialistas

2025-01-22 IDOPRESS

Donald Trump assina ordens executivas no Salão Oval — Foto: Jim WATSON / POOL / AFP

RESUMO

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GERADO EM: 21/01/2025 - 22:09

Brasil enfrenta desafios na COP 30

Brasil terá maior responsabilidade na COP 30 após saída dos EUA do Acordo de Paris,dizem especialistas. Nomeação de André Corrêa do Lago como presidente é bem recebida. Desafio de manter metas climáticas e buscar entendimento com os EUA são pontos-chave. Aumento do trabalho e revisão de objetivos climáticos são prioridades para a conferência.

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O anúncio do presidente Donald Trump sobre a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris trará um “impacto significativo” nas negociações para o clima,afirmou o secretário de Clima,Energia e Meio Ambiente do Itamaraty,André Corrêa do Lago,anunciado ontem como presidente da Conferência da ONU para o Clima,a COP 30,que ocorrerá neste ano em Belém. Para especialistas,responsabilidade do Brasil aumentou,especialmente pelo risco de retrocessos em metas climáticas.

COP 30: 'Já tem muita solução para energia,agricultura,a questão é como dar escala e acelerar a implementação',diz Ana ToniNome bem aceito: Nomeação de André Corrêa do Lago como presidente da COP30 é bem recebida por entidades ambientais

— Os EUA são um ator essencial. Não é só a maior economia,como um dos [maiores] emissores. Mas é um país que tem trazido respostas na área do clima com tecnologias,tem várias empresas envolvidas nesse debate. Estamos analisando a decisão do presidente Trump,mas não há dúvida de que terá um impacto significativo [para a COP] — declarou Lago em entrevista coletiva.

A secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente,Ana Toni,ocupará o cargo de secretária-executiva da conferência. A confirmação dos nomes foi feita ontem pela ministra do Meio Ambiente,Marina Silva,logo após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.

Busca de entendimento

A conferência será o grande evento internacional a ser sediado no Brasil no próximo semestre,com a promessa do presidente Lula de fazer dela a “COP da virada”,como afirmou ano passado no encerramento do G20. Mas,desde a eleição de Trump,a pauta do combate às mudanças climáticas já era prevista como um ponto de atrito entre Brasília e Washington,segundo especialistas em clima.

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Apesar disso,Lago não acredita em um boicote americano ao evento,mas assegurou que vai conversar com os representantes do país.

— Vamos ver com eles [EUA] de que maneira esse processo pode acontecer de maneira mais construtiva. É uma decisão soberana de um país de sair de um acordo,mas isso não quer dizer que não há uma forma de contornar a ausência desse país — afirmou o diplomata,que teve especial protagonismo na COP 29 e,entre 2011 e 2013,foi o negociador-chefe do Brasil nas reuniões climáticas da ONU.

Para a ministra Marina,entretanto,os anúncios de Trump “confirmam os prognósticos mais pessimistas sobre os tempos desafiadores que virão”. “Seus primeiros anúncios vão na contramão da defesa da transição energética,do combate às mudanças climáticas e da valorização de fontes renováveis na produção de energia”,declarou Marina em nota divulgada na segunda-feira.

Apesar dos desafios à frente,o climatologista Carlos Nobre,autor de estudos pioneiros sobre a mudança do clima e pesquisador Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP),saudou a escolha de Lago para a presidência da COP 30.

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— Foi a escolha certa,de consenso. Mas terá um desafio imenso. Esta será a COP mais importante desde a COP 21,quando foi criado o Acordo de Paris — afirma Nobre,alertando para o risco de que alguns países,após o retrocesso nos EUA,posterguem metas e coisas do gênero.

O físico Paulo Artaxo,professor titular da USP e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC),afirma que aumentou muito o trabalho,que já era enorme,da COP 30. Mas enfatiza que o Brasil tem a missão e o dever de manter vivos o acordo e as metas de redução de gases do aquecimento global.

— É um compromisso para salvar não um acordo,mas,sim,para defender as pessoas das mudanças do clima que ameaçam a sobrevivência de bilhões — frisou Artaxo.

Nova revisão de metas

A diplomacia brasileira vai promover na COP 30 o aumento da ajuda financeira dos países desenvolvidos para apoiar os países em desenvolvimento em sua transição energética,uma meta não cumprida na COP 29,em 2024,no Azerbaijão. Também incluirá no debate a “questão da adaptação”,que teve destaque no Brasil no ano passado,principalmente depois das enchentes no Rio Grande do Sul.

A COP 30,que marcará os dez anos do Acordo de Paris sobre o clima,será uma oportunidade para revisar os compromissos mais recentes dos países para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. Esses governos têm até o mês que vem para submeter às Nações Unidas a revisão dos seus objetivos climáticos até 2035.

Quem é o presidente da COP

O presidente da COP foi diretor do Departamento de Energia (2008-2011) e do Departamento de Meio Ambiente (2011-2013),período em que foi o negociador-chefe do Brasil para mudança do clima (2011-2013) a para a Rio+20 (2011-2012). Foi embaixador no Japão (2013-2018),na Índia (2018-2023) e,cumulativamente,no Butão (2019-2023). Desde março de 2023,é o secretário de Clima,Energia e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores.

Ele é bacharel em economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1981) e entrou na carreira diplomática em 1982,tendo publicado livros e artigos sobre desenvolvimento sustentável e mudança do clima. Na Secretaria de Estado,em Brasília,exerceu funções nas áreas de organismos internacionais,promoção comercial,cerimonial e energia. No exterior,serviu nas embaixadas em Madri,Praga,Washington e Buenos Aires e na Missão junto à União Europeia,em Bruxelas.

Com AFP.

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