2025-01-13 HaiPress
O policial militar reformado Jaymesson de Araújo foi morto a tiros em Mesquita — Foto: Reprodução / Redes sociais
GERADO EM: 12/01/2025 - 18:33
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Uma trajetória marcada por associações políticas,criminosas e influência nas redes sociais. O policial reformado Jaymesson Damasceno de Araújo,de 52 anos,era conhecido como “Neném da Macumba”. Atuava em Mesquita,na Baixada Fluminense. Mesmo investigado e denunciado pelo MInistério Público por associação criminosa,em 2021,foi nomeado chefe de polícia do legislativo,pela Câmara do município. Em circunstâncias que estão sendo investigadas,Neném da Macumba foi morto neste sábado,atingido por um disparo de arma de fogo,na Chatuba. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado para a UPA de Edson Passos,mas não resistiu aos ferimentos.
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A morte dele está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A Polícia Civil disse que,segundo informações preliminares,Jaymesson foi reconhecido por traficantes quando socorria um familiar. Segundo a Polícia Militar,os suspeitos do crime roubaram a arma do ex-agente.
O policial militar reformado Jaymesson Araújo foi morto a tiros em Mesquita — Foto: Reprodução / Redes sociais
Nas redes sociais,ele acumulava milhares de seguidores: 15 mil no Instagram e 4,9 mil no Facebook. No perfil,fazia questão de divulgar que era técnico em contabilidade,criminalista e formado em Gestão de Segurança Pública. Os conteúdos variavam entre publicações de cunho político,críticas a partidos,e vídeos com protestos sobre falta de segurança pública. Uma das postagens foi bloqueada pela Meta por se tratar de informação falsa,sobre fraude nas eleições brasileiras.
A relação com políticos e o mundo do crime era estreita. Já em 2012,quando era cabo da Polícia Militar,Jaymesson foi preso por atuar na milícia da Chatuba,em Mesquita. Sete anos depois,uma denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ),de janeiro de 2019,o apontou como "braço armado" da milícia do município,comandada pelo ex-policial Amaury Trindade,acusado de ser líder bélico do grupo,e pelo então vereador Rogelson Sanches Fontoura,vulgo “Gelsinho Guerreiro”,que exercia a função de líder-político do bando. Entre os integrantes,havia ainda policiais e bombeiros militares,moradores da localidade,e civis.
Na denúncia,a promotoria do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) denuncia Jaymesson e diversos outros membros da associação criminosa,para dominar o território pela prática de diversos crimes,principalmente,homicídios. Segundo o MP,Neném da Macumba é autor do homicídio de Paulo Cesar da Silva dos Santos.
Mesmo assim,em maio de 2019,cinco meses após a denúncia do MPRJ,ele ainda foi nomeado para o cargo comissionado de assessor especial da Câmara Municipal de Mesquita. A nomeação foi assinada pelo então presidente da Câmara Saint Clair Esperança Passos,conhecido como Sancler Nininho (Pros),afastado em 2022 acusado de liderar um esquema criminoso na Câmara,envolvendo o desvio de cheques com verbas rescisórias de servidores comissionados dispensados.