2024-11-08 HaiPress
"O grupo de trabalho sobre os voos noturnos [em Lisboa] já concluiu e posso anunciar aqui que nós vamos implementar um 'hard curfew' [restrições] que vai impedir voos entre a 01h00 e as 05h00 da manhã",avançou o ministro das Infraestruturas e Habitação,Miguel Pinto Luz,que está a ser ouvido na Assembleia da República,no âmbito da apreciação,na especialidade,da proposta de Orçamento do Estado para 2025.
O governante,que respondia à deputada Isabel Mendes Dias,do Livre,considerou que se trata de "um passo gigantesco" em relação ao que acontece atualmente.
Miguel Pinto Luz lembrou as críticas de municípios,autarcas e cidadãos relativamente ao ruído causado pela circulação de aviões,bem como relativamente à poluição,e reiterou o objetivo do Governo.
Na quarta-feira,cerca de três dezenas de moradores de bairros de Lisboa e Loures afetados pelo ruído e poluição causados pelo aeroporto de Lisboa manifestaram-se ao fim do dia junto à estrutura aeroportuária reclamando,entre outros,o direito ao descanso.
O protesto,organizado pela plataforma "Aeroporto fora,Lisboa melhora",juntou cidadãos dos bairros do Areeiro,Alvalade,Campolide,Campo de Ourique,Camarate,Lumiar,São João da Talha,que com cartazes e palavras de ordem gritaram contra a inação das autoridades.
Perto da saída da estação de metro do Aeroporto,os cidadãos reivindicaram o fim dos voos noturnos,a não expansão e o encerramento do aeroporto,além da construção urgente do novo aeroporto de Lisboa fora da cidade e de um novo pulmão verde na cidade.
Em setembro,o executivo da Câmara Municipal de Lisboa aprovou por unanimidade uma moção em que defende a redução do número de movimentos por hora no Aeroporto Humberto Delgado e recusa qualquer aumento da capacidade aeroportuária.
De acordo com uma portaria de 2004,está estabelecido o máximo de 91 movimentos aéreos semanais e 26 diários entre a 00h00 e as 06h00.
Aquela portaria estabelece ainda que a autorização de movimentos aéreos durante o período noturno está condicionada aos níveis de ruído das aeronaves utilizadas.
A associação ambientalista Zero tem feito reiteradas denúncias de desrespeito dos limites previstos.