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Discute-se acordo para Sines ser centro logístico do Brasil na Europa

2024-10-26 HaiPress

Silvio Costa Filho,que se encontra em visita oficial a Portugal,revelou que este foi um dos assuntos debatidos com o Ministro das Infraestruturas e da Habitação de Portugal,Miguel Pinto Luz,durante o encontro que ambos tiveram na quinta-feira.

 

Segundo o ministro brasileiro,trata-se de "um acordo comercial" que está a ser,e "em nenhum momento foi discutida a possibilidade de empresas brasileiras participarem no porto" português.

"O que discutimos é que grandes operadores que já têm portos no Brasil (...) possam exportar produtos para o porto de Sines e este servir como parte do 'hub' internacional para outros portos aqui na Europa",frisou.

"Portugal tem o porto de Sines,que representa mais de 40% da agenda portuária do Estado",além de outros portos,salientou Sílvio Costa Filho,e do seu lado o Brasil quer dialogar com o porto de Santos,de Paranaguá,de Pecém,de Suape e de Pernambuco",especificou.

O plano logístico deverá contar com essas rotas de integração e devem ser identificados parceiros comerciais que operam no Brasil e em Portugal,bem como outros,que possam fazer essas operações conjuntas,explicou o ministro,lembrando que "é uma prioridade do Presidente Lula [Luis Inácio Lula da Silva] ampliar o diálogo com Portugal e,cada vez mais,com o mercado europeu".

"Lisboa hoje tornou-se num 'hub' internacional de aviação (...) e a ideia é que também o porto de Sines possa se transformar em parte do 'hub' logístico do Brasil na Europa",concluiu.

Nos próximos meses as equipas dos dois ministérios vão estruturar o texto conjunto,para o acordo poder ser assinado numa visita do ministro português ao Brasil,o que poderá ocorrer durante a próxima cimeira Luso-Brasileira,provavelmente realizar-se em fevereiro de 2025,admitiu o governante brasileiro.

O Brasil vive "um momento muito fértil do ponto de vista de oportunidade económicas",frisou.

"Temos mais de 50 leilões que estarão programados para os próximos 30 meses,na área portuária,aeroportuária e hidroviária. Concessões que serão feitas (...) nos próximos três anos",destacou.

Na sua visita de dois dias a Portugal,o ministro teve também como objetivo apresentar essa carteira de investimento e concessões a investidores portugueses,num jantar esta quinta-feira.

Em entrevista à Lusa,lembrou que o seu país quer "ampliar essas parcerias com o mercado europeu",para que cada vez mais os investidores destas origens possam investir no Brasil,"em portos,aeroportos,rodovias,em petróleo e gás e na aviação".

Os investidores,garantiu,podem participar nas concessões portuárias "integralmente,sem a participação de empresas brasileiras,porque o Brasil hoje tem um livre mercado na agenda portuária" e terão "segurança jurídica,estabilidade e,se for preciso,crédito" para os seus negócios.

O Brasil também está a fazer "um grande volume de investimentos nos portos públicos" na ordem de mais cinco mil milhões de euros,acrescentou,referindo que os leilões e concessões que estão a ser feitos nas áreas que tutela equivalem a aproximadamente sete mil milhões de euros.

"Este é o maior programa de investimentos da história do Brasil na área portuária",sublinhou.

Além disso,"o Brasil teve um crescimento nos portos públicos brasileiros na ordem de mais de 6%",referiu.

Quanto a interesses já manifestados por investidores portugueses para futuras concessões de portos,Silvio Costa Filho adiantou que tem havido conversas com a "Mota Engil,Teixeira Duarte e outros grupos",que "abriram o diálogo com o Governo do Presidente Lula e querem cada vez mais fazer investimentos",mencionando ainda conversas com a Acciona,grupo espanhol que com investimentos em Portugal.

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