2024-09-15 HaiPress
Pablo Marçal,candidato à prefeitura de São Paulo — Foto: Maria Isabel Oliveira/Agência O GLOBO
GERADO EM: 15/09/2024 - 03:30
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Três importantes pesquisas divulgadas nos últimos dias apontam cenários diferentes para Pablo Marçal na corrida pela prefeitura de São Paulo. Na quarta de manhã,o Atlas mostrou um concorrente em franca ascensão. No mesmo dia,de tarde,a Quaest indicava que o ex-coach ainda estava avançando,mas em ritmo menos intenso que em semanas anteriores. Na sexta-feira,o Datafolha,por sua vez,mostra o ex-coach estagnado,já até ensaiando um recuo (houve variação negativa de três pontos percentuais,dentro da margem de erro da pesquisa).
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Os levantamentos foram feitos com poucos dias de diferença. O Atlas ouviu a população de quinta-feira da semana anterior (dia 5) a terça (dia 10); a Quaest fez entrevistas de domingo (8) a terça-feira (10); e o Datafolha foi a campo entre terça (10) e quinta-feira (12). Os institutos adotam metodologias próprias,o que reforça a inadequação de se comparar as pesquisas. Neste texto,o que se pretende é mostrar as distinções que ajudam a entender o cenário da disputa paulistana de modo mais completo.
No levantamento do Atlas,é possível ver que Marçal hoje é bem mais conhecido do eleitorado. Em maio,26% declararam “não sei” quando perguntados qual imagem tinham do ex-coach. Agora,apenas 8% deram essa resposta. Já os que têm imagem positiva subiram de 31% naquele momento para 40% agora. Ainda assim,os que têm imagem negativa também cresceram: de 43% para 52%. No entanto,esse patamar já foi de 57% em 20 de agosto.
Até quarta-feira,a campanha de Marçal acreditava ter saído vitoriosa do embate com Nunes no Sete de Setembro,quando ambos foram a um ato de direita na Avenida Paulista. O ex-coach apareceu na Quaest como detentor de 50% dos votos daqueles que disseram ter apoiado o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022,contra 32% de Nunes nesse estrato. Um dia depois,o Datafolha mostrou maior equilíbrio entre bolsonaristas: Marçal tem 42%; Nunes,39%. Já o Atlas apontou uma diferença de 57,4% para o ex-coach contra 28,7% para o prefeito.
A excursão de Marçal à Avenida Paulista no último sábado incomodou o ex-presidente,que acusou o ex-coach de “fazer palanque às custas do trabalho e do risco dos outros”. Quem também se voltou contra o candidato do PRTB foi o pastor Silas Malafaia,um dos organizadores do ato.
No público evangélico,que compõe cerca de um quarto do eleitorado paulistano,Marçal apareceu no Atlas com quase o dobro do que Nunes: 41% contra 21%,respectivamente. Na Quaest,ele teve um crescimento de dez pontos,passando de 27% para 37% — bem à frente de Nunes,com 26%. De novo,o Datafolha veio para botar água no chopp marçalista: a pesquisa divulgada na quinta-feira indicou empate técnico no segmento: Marçal com 31%,e Nunes,com 29%.
Além de notícias menos positivas em segmentos mais à direita no espectro político,Marçal também viu sua rejeição atingir 44% no levantamento do Datafolha,o que o isolou como o nome a quem mais eleitores dizem “não votar de jeito nenhum”. Na Quaest,a taxa registrada foi de 41%. O Atlas não mediu a rejeição dos candidatos.
O impacto mais nítido na disputa de rejeições aparece nas simulações de segundo turno entre Marçal e Boulos. O psolista tem o voto negado por 48% dos eleitores (segundo a Quaest) ou 37% (segundo o Datafolha). Como o primeiro instituto indica equilíbrio entre Boulos e Marçal nesse quesito,explica-se também o cenário de empate técnico entre os dois num eventual segundo turno (pelo placar de 40% a 39%,respectivamente). Já pelo Datafolha,Boulos venceria o ex-coach por 47% a 38%. É como se todos os que disseram ao instituto rejeitar Marçal decidissem votar em Boulos,e vice-versa.